quinta-feira, 30 de abril de 2009

Não há saudade

Pior do que não saber o que é o amor é saber e não tê-lo mais...

The nostalgia degrades us. It disturbs our conscience with bitter substances.
Corrói a saúde da alegria
Deixa-nos num estado de desagrado constante
Há quem lute bravamente para reprimi-la

Mas é como se estivéssemos desbravando caminhos escusos
Não sabemos para onde vamos, o que nos espera. Nada sabemos!
Ainda assim é preferível o desconhecido a ficar
Essa é a saudade que dói!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Cólera

Tomada por um vazio cravado em minhas entranhas
E com a alma ressequida pela ausência de amor
Percorro caminhos torpes em busca de quem acolha meu silêncio gritante
Numa insistência ímpeta para que a cólera não acometa minha alma
Não arranque de mim o último suspiro de esperança de um dia saber o que é viver.
Quantos passados mais reviverei sozinha?
Quantas vezes vou me arrepender de ter rasgado as cartas?
Preciso saciar minha saudade, que ela está faminta, ela está com sede...
E quanto às fotografias? Como pude tê-las apagado, elas que eram memórias táteis, vivas, se não consigo me livrar das lembranças? Essas me atormentam.
Olhe para mim!
Venha comigo, querido!
Que o futuro é incerto, e embora não nos pertença, poderemos torná-lo próspero, se assim o quisermos
Que eu estou aqui para dividi-lo e vivê-lo com você
Não, eu não vou olhar para trás
Para quando planejávamos vivê-lo, quando nos perguntávamos o que será do nosso amanhã
Tão logo ele chega
Estarei aqui para vivê-lo com você.

Força

Concede-me, Força, impetuosa já que tu és, a perspicácia do gozo
Permita-me não esquadrinhar pedaços de papéis picados, estes, que com o passado se foram...
Leva-me contigo e, se possível, remove das reminiscências minhas o gosto trepido das palavras difusas
Acalenta, Força, o meu semblante
Enche-o de leveza e de coragem para fazer-me retomar o caminho, outrora, traçado.

Um conto para um amigo

No começo, ela apenas o espreitava de longe
Ficava horas e horas contemplando o olhar dele, pois era tudo o que lhe sobejava
Estava encantada e absorta com as histórias que ele contava
Todos os dias o esperava ansiosamente para que ele lhe contasse histórias, para que ele a fizesse se libertar, ainda que temporariamente, do mundo, da realidade, do tempo...
Depois de cada história, ela sentia uma profunda delicadeza e uma alegria resplandecente, e essa alegria tornava-se cada vez maior, com o passar do tempo
E chegou a tal ponto que essa felicidade ficou maior do que ela mesma, ela se viu tomada por aquele sentimento de completude – nada mais a importava, tudo estava ali, quando ela estava com ele
Então todos os dias ela dormia, e todos os dias ela acordava
E esperava que mais uma vez ele voltasse e lhe contasse histórias.

Sobre o amor...

Estava ouvindo a música “Love is in the air” interpretada por John Paul Young que me fez levantar uma questão:
Onde está o amor?
Já vi e ouvi tanto sobre o amor, mas onde ele está? Será que ele existe mesmo?
Seria o amor uma figura lendária, fruto da imaginação daqueles que ainda sonham?
Ora, para responder a essas perguntas busquei fundamentos nas experiências, nos livros, nas teorias.
Descobri que é muito difícil definir o amor. Ele é tão surreal que toda e qualquer resposta não o define completamente.
O amor é imensurável, indefinível, particular e ao mesmo tempo universal.
Apresenta várias facetas que se sobrepõem de maneiras distintas onde quer que ele ocorra.
O amor é tão perfeito que é imperfeito.
Existem várias formas de amor, ele é como um vírus.
Quando estamos perto de encontrar a sua substância, ele se transforma.
O amor está em nossa essência, nos acompanha todos os dias, em todos os lugares, em todos os momentos enquanto vivemos.
O amor existe! Em alguém, em algum lugar ou em todos nós.
Não podemos tocá-lo, mas podemos senti-lo e não podemos defini-lo porque não podemos medir a sua proporção.
Portanto, não fiquemos preocupados em encontrá-lo! Vamos sentir, mas sem vulgarizá-lo.
Se assim o fizermos, ele deixará de ser místico. É... O amor é místico. E é por esse motivo que tantos o almejam, mas nem todos estão habilitados a amar.
"Poucos estão habilitados a amar. E destes, tão poucos pareçam dispostos a realmente fazê-lo."