quarta-feira, 26 de maio de 2010

...

Esse tal amadurecimento idiota, que repagina nossas vidas, tornando-as menos plácida.
E quanto a esse amor anacrônico, esculpido pelo silêncio ridículo e por meia dose de cortejos?
Mas por que será que somos tão iguais ao passado?
Esse tal amadurecimento idiota... Ah! Como às vezes cansa esperar sempre o que não vai chegar nunca.
Tão logo o tempo passou, e não se viu que com ele a vida casou e partiu para outros timbres.
Estávamos ocupando o tempo com nossas buscas pelo presente-mais-que-perfeito,
Quando não queríamos enxergar que perfeito é ser imperfeito
Que na vida há acertos e alguns muitos atropelos apimentados, ora até com um toque adocicado.
Que esse tal amadurecimento buscado é a fibra que nos liga e interliga a uma vida inteira, boa ou mal vivida.
Mas sempre vivida...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Amigos





















São meu esteio, assim como minha família.
São um dos pés do tripé.
São os irmãos que escolhemos ter.
Amigos, amigos de verdade, são eternos!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Na balada do inabalável

Dizem que os sentimentos nascem pelas palavras e é através delas que eles devem sair.
Então eu vou escrever hoje, amanhã e sempre.
Dizem ainda que os grandes poetas morreram de amor. Tive pena quando li Florbela Espanca pela primeira vez...
Mas não foi de amor que eles morreram. Foi de desilusão.
Eu, que por algum motivo não posso amar, sei que ele - o amor - não traz sofrimento, nem dor.
E o que é a desilusão, senão uma tristeza aparente pelo olhar perdido e distante da vida?!
Nesse momento, voltamo-nos para as coisas simples, como sentar num banco de uma praça qualquer e ficar a olhar as pessoas passando. Elas estão vivas.
Deitamo-nos sobre o tapete de grama, maltratado por nossos passos cegos de outrora, para contemplar as estrelas, o céu e a lua, por tempo esquecidos pelo nosso egoísmo.
Sentamo-nos diante do mar para sentir o perfume que ele exala. E, finalmente, para admirar a beleza e grandiosidade de suas águas azuis.
Buscamos a força que por hora nos falta nas coisas simples, e que fazem muito bem a nossa alma, pelo menos durante aqueles meros instantes.
Depois colocamo-nos a pensar que foi Deus que nos deu todas essas coisas de presente, a fim de que alegrassem nossas vidas e que dessem sentido a nossa existência.
Todos nós somos metade fortaleza e metade castelo de areia. Estamos sujeitos a todas as coisas.
Amanhã, quando eu não olhar mais para trás, serei fortaleza.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Agosto

De repente, Agosto
Eis que trouxe feixes de luz para a Escuridão
Iluminou minhas noites sem estrelas
E floresceu o amanhecer dos meus dias

Ah, Agosto sem horizonte, ausente de promessas...
Tu és passageiro como as horas que seguem seu curso
Como os meses que terminam, ano após ano...

De repente, dezembro e dezembros
Nunca mais Agosto

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Há em minhas veredas lençóis emaranhados de caminhos tortos

Estou a desatar os nós dos questionamentos, que me levarão deliberadamente para onde eu não sei.

Se pudesse, ludibriaria a incerteza de faceta sedutora e perturbadora, tomaria dela a receita para controlar emoções conduzidas pela avidez do desejo.

E não é mau... Não é mau, se não deixarmos que a fraqueza nos abarque, que nossos preceitos sejam molestados.

Aonde vão meus passos carregados de silêncio inquietante?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Notas

Às vezes, eu sonho
Sonho que caminho sobre ladrilhos suaves e brilhantes
Sonho que sinto o cheiro da terra molhada de um lugar que desconheço
E como é bom...
Como é bom sonhar, sentir a alma leve, apreciar a doçura e o amor que estão por trás das notas
As notas que fluem assim como meus pensamentos brancos, brandos como algodão doce
Como é bom ficar perdida ouvindo e sentindo apenas os sentidos, que nos proporcionam emoções e sensações mágicas, inocentes e perfumadas como as flores azuis e as rosas amarelas
Seus perfumes que trazem conforto, descanso e nos desencantam das amarguras

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Inconcluso

Escrevia-lhe secretamente
Quisera proferir seus desejos íntimos e torpes
Ao fechar dos olhos, perdeu-se nos caminhos flutuantes e embriagantemente doces das palavras
Deu início à construção de retalhos simbólicos, dos traços de sua escrita simétricos e perfeitos
Pretendia a retratação exata do que sentia...
Algo que definia como anestesiante, que tomava toda a essência da sua alma
Onde a perda da razão provocava-lhe êxtase
Podia sentir paradoxalmente o corpo quente e o frio no estômago
Seus lábios ficaram molhados e sedentos, uma provocação dos seus desejos, outrora, íntimos
Desejo de sentir, de tocar e de estar.